8. Ficando na sua

Agora tem mais graça misturar as turmas, e ao mesmo tempo nenhum sabe muito bem como se aproximar do outro. Dá vontade de ficar perto, de trocar idéias (afinal são tipos bem diferentes mesmo esses meninos e essas meninas). Dá vontade de tocar também, de beijar, de experimentar todas essas coisas novas e excitantes. Esta geração encontrou uma boa maneira de resolver isso criando o tal do "ficar". Bem, para falar a verdade, muita gente já fez isso muito tempo antes de vocês, só que eles não chamavam isso de ficar nem comentavam com ninguém.

Quando os meninos e meninas começam a ficar, vira aquela confusão. Todo mundo pode ficar hoje com um, e amanhã com outro. Ninguém sabe muito bem como dar o primeiro beijo mas, depois de dado, vira a festa do beijo. E lá vão as garotas fazendo as listinhas com os nomes de todos os garotos com que já ficaram e dos que já beijaram, e os garotos contabilizando as conquistas que fizeram e contando as maiores vantagens.

É aí que algumas diferenças logo aparecem: os meninos querendo cada vez ficar mais íntimos nas carícias e as meninas também, mas elas ficam cheias de dúvidas sobre como agir. É que na nossa cultura homem que é macho tem que se mostrar, aparecer e conseguir, se possível, chegar à reta final, enquanto mulher que é decente tem que se resguardar. Isso é bobagem, mas pode encanar você.

O mais importante de tudo isso é que de agora em diante essas decisões têm que ser tomadas por cada um; não dá mais para correr para a mamãe ou papai. Nesse momento da vida começamos a conhecer quem somos, do que gostamos, o que queremos escolher para nós. Isso é começar a ter responsabilidade por nossos atos.